Pois é. O meu aniversário já lá se foi. Um dia que aguardava com muita espectativa, um dia em que festejava o meu 16º aniversário, no entanto... foi um dia para esquecer.
Como era dia dos meus anos, não me apetecia ir para Educação Física, e menti aos meus pais. Avisei-lhes no dia anterior que não tinha aula às 8, e assim, só entrava às 10. Era uma pequena diferença.
No dia dos meus anos, acordaram-me era 8:30, mas o meu relógio da mesa de cabeceira estava atrasadíssimo, 30 minutos atrasado, e engraçado: isto foi dum dia para o outro, exactamente do dia 8 para o 9, porque dia 8 o relógio estava correcto. Ao acordarem-me, nenhum deu-me um simples "Parabéns" ou "Bom Dia!".
Todavia, guiei-me pelas horas que estavam no relógio da mesa de cabeçeira, até porque não sabia mesmo as horas certas, se é que me entendem. Os meus pais começavam a trabalhar às 9 horas, e devido ao relógio, acabei mesmo por me atrasar. Eles começaram a discutir comigo por causa disso, e nem Parabéns ainda me tinham dado. Depois, quando já iamos no carro, já a meio do caminho, a minha mãe vira-se para trás e diz: "Parabéns...", e eu não disse nada. Quando ela me disse aquilo, só me apetecia chorar. Foi uma coisa que me magoou imenso.
Mas, para juntar ao momento, o meu pai começou a dizer que "Isto não pode ser todos os dias assim. Tem de ser sempre às horas que queres..." e mais não sei o quê. Até parece não? Ele só entra às 9 horas, vai-me pôr à escola às 8 quase todos os dias, e depois diz que eu é que ainda os atraso todos os dias. Grande lata! Mas enfim.
Fui triste para a escola, à espera de um dia alegre e divertido, para sobrepor à tristeza do início do meu dia de anos. A Marlene e a Cláudia (com quem eu mais falo, supostamente) sabiam que eu fazia anos. Chego à sala, e curiosamente ainda não estava ninguém. O stor entrou, e eu também. Depois o pessoal foi chegando, e à medida que iam chegando, o meu coração ia batendo forte, talvez por esperar o inesperado, ou mesmo o esperado, até porque adivinhava algo mau para este dia. Estava quase todo o pessoal na sala, faltava a Marlene e a Cláudia.
Quando elas chegaram... sentaram-se. Passou um minuto, e nada. Dois minutos, e nada. Ia contando os minutos, até que a Cláudia vira-se para trás, e me questiona porque lhe mandei uma SMS a dizer para não comprar a senha de almoço; eu respondi-lhe: "Para a gente comer fora...", "Ah, mas nós já tinhamos falado de ir comer fora hoje" (algo assim que ela disse), e depois perguntou-me porque faltei a Educação Física. Respondi-lhe que o relógio estava atrasado. Passou 30 minutos, e nada. Simplesmente nada.
Acabou a aula, e nada. Parabéns? Nenhuns. Sentia-me triste, magoado e desprezado por pessoas a quem eu dou a máxima importância, e a quem eu arriscaria a minha própria vida. Pergunto-me se essa importância é necessária, quando não recebemos algo em troca. Mas fomos almoçar fora. Fomos ao Pingo Doce.
Aí, desabafei com a Déé por telemóvel, via SMS: "Q dia péssimo :/". Ela perguntou-me o que se tinha passado. Respondi-lhe: "Tip, os meus pais kuase se esqueciam d dar parabens -.-' e na escola ainda ngm m deu -.-'". Ela respondeu-me: "O meu pai nunca m da amor.. E tem calma o pessoal lembra-se. Beijinhos amo-te.". Foi uma mensagem que me fez aguentar este dia que deveria ser um dos melhores do ano, e que afinal estava a ser um dia igual aos outros. Houve momentos que até me questionei, se era mesmo dia 9.
As horas passavam, os minutos também, e os segundos igualmente. Continuava a sentir-me "triste, magoado e desprezado". Chega ao fim do dia: Economia. A Marlene fica atrás de mim, e a Cláudia atrás da Marlene. A aula passava... às 18 horas a Marlene envia-me um papelinho a dizer que sentia que eu estava distante e perguntou o que se passava comigo, e acrescentou na parte de trás do pedaço do papel que me adorava muito. E eu respondi-lhe assim mesmo: "Nada de especial. Mas só por acaso, sabes que dia é hoje?!". Ela disse imediatamente à Cláudia: "O Emanuel faz anos!". Arrepiei-me. Elas desculparam-se por pensarem que o meu aniversário era no dia seguinte.
A Marlene parecia não saber o que fazer. Mas decidiu enviar mensagens para algum do pessoal da turma, a dizer que eu fazia anos. Depois disso, o meu telemóvel foi bombardeado com mensagens de feliz aniversário, o que me deixou contente, apesar de não o ter querido demonstrar. Depois disto, a Marlene combinou com o pessoal, para me cantar os parabéns no final da aula. Eu ouvi tudo, mas eles pensavam que eu não ouvi. (ahaha) Lá cantaram os parabéns... eu não sabia para onde olhar, não sabia onde pôr as mãos, não sabia o que fazer. Foi bom, de qualquer maneira. Para me recompensarem, convidaram-me a ir almoçar fora no dia seguinte (dia 10).
(No dia 10, houve então o almoço. Foram a Cláudia, o Leonel, a Marlene e o Nuno (os dois pombinhos). E foi bom. Até gostei.)
Há feridas que nunca saram, mas com muito esforço, esta vai sarar. Até porque eu quero que sare.
Depois fui para o escritório dos meus pais, para onde tenho ido ultimamente, por se encontrar perto da escola, e apanhar a boleia deles para casa. Mas eu não ia para casa... ou ia... enfim, foi uma confusão. Fomos buscar bacalhau ao Tourigalo, e pão à Aripan. Depois disto, o meu pai estava a seguir caminho para casa, quando a minha mãe lhe segreda ao ouvido: "Para onde vais? Vais para casa?", ele respondeu que sim, quando a minha mãe diz: "Mas não é em casa. É na casa da minha mãe", ou seja, a festa era na casa da minha avó, não em minha casa como o meu pai queria. Só por isso, o meu pai já começou a vender peixe, e a ameaçar que ia para casa e o caraças, sabendo que eu estava ali no carro, e que o que menos queria era ouvir discussões. O homem não se calou até chegar-mos à casa da minha avó.
Mas o convívio com a minha família, foi o melhor deste fraco dia. E estar junto com os meus primos, também foi fantástico. Já não estavamos juntos à algum tempo! Eheh
Prendas? Nenhumas. Foi só dinheiro, embora eu seja mais a favor de prendas/presentes. É outra coisa desembrulhar uma caixa. É outro espírito.
De qualquer maneira, foi um aniversário para esquecer...
A minha sorte é mesmo haver um segundo para mim: a internet, este mundo de que tanto dizem mal. Sim. A internet. Ao menos os amigos que tenho virtualmente, não se esqueceram.